Aos leitores...

"Para Pessoa, escrever um poema é reelaborar a emoção sentida em emoção intelectualizada e depois escrita. Um pouco como o trabalho do actor que representa e exprime intelectualmente emoções que não são as suas.

- Luís Lima Barreto acerca de Fernando Pessoa.

Um poema tem sempre três interpretações: a do escritor, a do leitor e o das palavras em si.

04/05/20

Contacto

Sucumbido às ambições eu projecto ilustrações
De desejos e sensações, sem simulações
Há que ser prático, gramático, dramático 
Viver a intensidade do dia-a-dia,
cada momento uma fotografia, 
uma filosofia - no tempo,
está atento, leva-me a sério, 
Foge ao tédio - aqui tens o teu remédio
O flow surge, mais uma manhã urge, 
Sei que não há que fugir
apenas reagir perante às circunstâncias,
sorrir e dar espaço às ânsias e esperanças 
logo passam a lembranças, logo ficam marcadas
embutidas no teu ser - para teu prazer
Multiplica a experiência, assimila a frequência
eternas crianças em tal mundo do avesso, 
Reza um terço e volta ao teu quotidiano depois deste verso, mano
lava as tuas pragas, trata das tuas chagas e leva as tuas mágoas!

Logo a noite volta e recria uma epopeia 
Dá a dica, dedica a rima e não faças cara feia
quando há partilha de intensidade e vontade 
Só não queiras abusar da minha bondade - alheia
do teu julgamento ou pensamento 
O conselho é directo - papo recto
Algo hipnótico, psicótico, infiltra-se nas tuas entranhas, 
um sentido arranhas em que te empenhas para alcançar, 
envolvido numa psicose que te está a sufocar, 
mas há que passar por tal metamorfose para concentrar
Num sentido épico, poético, anti-cético
Movimento mental como projecção astral, 
assim foges ao banal culturalmente instituído
Não vás ficar a pensar no que poderia ter sido
há que ser assíduo e pontual com a felicidade!
O entretanto passou, 
está na hora da outra forma que tomou...

Bem vindos a tal festa, que bom ver-te sorrindo perante o que resta, 
inquieto - toma intelecto e um estranho dialecto
vá, vá já chega de afecto
segue o instinto porque o destino não perdoa,
Voa, voa! Mas nunca à toa
Luta pelo pódio e pela coroa 
afasta o ódio da tua pessoa!
Mantem a ideia no consciente e deixa de ser apático, 
abre a tua mente ao inconsciente automático, 
sê prático!
Assim me prolongo num prólogo com (in)coerência, 
mas não ligues à minha falta de decência e demencia, 
já fiz que que tinha a fazer 
Agora vou parar para ver
Desejar-te boa viagem era tudo o que queria, 
agora mete tudo na bagagem e até outro dia!

-------------
Listen to Contacto v1.1 (free download!) by Fungx.experiment on #SoundCloud
https://soundcloud.com/fungx_experiment/contact-20-free-download
-------------

03/05/20

Binded

Endings and beginnings converge at their creation
Blessing and dividing ourselves from divination
A dissipation of our own senses
where true emotion condenses -
As memories rain,
and pours down the drain
Soaking us in fault or doubt
Wondering what was it all about

-
Even though we must take the right choices
Following none other than our inside voices
Our mind bends with what it finds,
It seizes every little mend and bind to be found sane:
-again and again -
One more time.
-

I know you - and I am grateful for everything too.
But can't you see I'm trying not to hurt you?
Because I don't want a relation thing
I need my space for my well being
At the moment my head is not in a very good place.
I think I need to makes some changes, walk away and gaze at some new basis.
And you say you understand but - you don't act like you do - and now I'm left here not knowing how to
- act or react -
The old is never new - and
I really want to be your friend, but how do you think this is going to end - If all the intensity you lend wont mirror this truth?

-
And even though we must take the right choices
And follow non other than our inside voices
Our mind bends with what it finds,
It seizes every little mend and bind to be found sane:
-again and again -
One more time!
-

While you sleep through the ideal
let a smile slip and kneel in front of the overkill
Seal the deal - with your inner evil
you can only provide for whats feeble,
its your own fable
You're the author between the lines lines inbetween the signs of an apparent serenity!
stupidity is serendipity
A seed of bone, a refraction
of whats already gone
eroded by the perfect conditions
to be erased in a few orgasmic exhalations.